De acordo com o físico, meteorologista, mestre em Meteorologia e doutor em Física Quântica, Rodrigo César Limeira, outubro e novembro deverão marcar o retorno das chuvas isoladas ao semiárido dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco.
Tal fato deve-se primeiro ao calor em excesso, bem acima da média para a época no interior do Nordeste, que é combustível primordial juntamente com a alta umidade para a formação de sistemas meteorológicos de pequena escala, os cumulonimbus. Juntamente com isso, o fato do Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste, começar a aquecer agora, início de outubro, aquecimento fora do normal para a época, poderá colaborar também para a ocorrência de chuvas isoladas em outubro e novembro.
Em dezembro, a probabilidade de chuvas aumenta na região, e vários locais do interior dos citados estados poderão registrar precipitações significativas. Já em janeiro as chuvas serão acima da média no interior desses estados.
Não é sempre que o fenômeno El Niño desfavorece chuvas na região.
Final do ano e no mês de janeiro, com o El Niño configurado, a temperatura média do ar fica acima da média e com isso, a energia disponível para convecção, calor excessivo, pode colaborar para chuvas intensas em vários locais da região. Já entre fevereiro e maio, que correspondem a quadra chuvosa, o El Niño colabora para deixar a estação chuvosa da região bem irregular, e dependendo de outros fatores que também influenciam na estação chuvosa do semiárido nordestino, produzir quebra na safra principalmente de milho.
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