Algodão agroecológico produzido por associação em Itaporanga é exportado para França

Na cidade de Itaporanga no Vale do Piancó, Sertão da Paraíba, a Associação de Produtores Agroecológicos de Itaporanga e Região (ASPAIR) tem produzido, através do Projeto Algodão Paraíba, a plantação e colheita do algodão agroecológico e está exportando para França.

A pluma do algodão de Itaporanga é utilizada para fabricação de calça jeans e tênis pela empresa francesa Vert Veja. O repórter Cláudio Nepó da TV Diário do Vale, afiliada da Rede Diário do Sertão, foi até a associação conversar com os produtores e os pesquisadores do projeto.

O plantio do algodão já foi muito comum na região na década de 80, mas a mais importante dentre as principais pragas do algodão, o Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), fez com que muitos agricultores parassem com a plantação.

O agricultor José Pacheco é presidente da ASPAIR e contou que começou no projeto através do contato de Wendell Max, técnico da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), que lhe contou que havia surgido uma semente de algodão resistente a praga.

Ele também explicou como funciona cada etapa, da plantação a colheita do algodão e ressaltou: “é uma boa esperança para o nosso Nordeste”.

“A gente planta ele em consorcio, porque nó somos produtores orgânicos. A gente planta dentro do algodão, o milho, o feijão e o gergelim, ai são consorciados – cinco carreiras de algodão e cinco de cada dessas outras partes-“, pontuou.

A ASPAIR funciona em um espaço cedido por um empresário da cidade, o maquinário é emprestado por outras associações e empresários, tem atualmente 13 agricultores trabalhando no projeto e eles vendem a pluma do algodão para a empresa francesa Vert Veja. Seu José Pacheco disse que o desejo é que a associação se torne uma cooperativa com mais agricultores e maquinários para auxiliar no plantio e produção do algodão.

(Algodão de Itaporanga exportado para França (Foto: Reprodução/ Diário do Vale)

Wendell Max falou da parceria da Empaer com outros orgãos e empresas e explicou o trabalho da empresa francesa, que compra o algodão de Itaporanga.

“É uma empresa francesa que tem um trabalho social muito importante. Ela adquire algodão dos produtores do semiárido, aqui do Nordeste, entre os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas e também está se expandindo para outros lugares do Brasil. É uma empresa que compra borracha de produtores sustentáveis da Amazônia, couro de um segmento sustentável e está iniciando a compra de materiais pets recicláveis- que são compostos de uma parte do tênis – lá de uma cooperativa de mulheres de Minas Gerais”, destacou.

“A Empaer surge como uma parceira e apoio técnico aos produtores, inclusive à associação. A Empaer dá o apoio desde o início, o preparo do solo, o plantio da semente, a condução da safra, o controle de pragas, capacitações para inseticidas alternativos para controle de pragas. Porque é uma produção sustentável, é uma produção agroecológica orgânica, então o produtor precisa ter suporte”, completou Wendell.

Maria de Lourdes Pereira é gerente regional da Empaer em Itaporanga, destacou a importância do projeto para a região e contou como surgiu a ASPAIR.

“O Projeto Algodão nasceu em Itaporanga em 2017, a Vert Veja escolheu Itaporanga para ser a empresa parceira e em 2019 recebemos aqui o representante da Veja. Ele veio à Itaporanga junto com a diretoria técnica da Empaer e eles lançaram a proposta para eles: se vocês de organizarem em associação nós vamos comprar o produto em pluma e não em rama [a pluma de algodão é mais cara]. Foi aí onde nós, a Empaer junto com eles, fizemos essa mobilização e eles encontraram a melhor saída foi através dessa Associação de Produtores Agroecológicos de Intaporanga e Região”, disse.

Para mais informações sobre o projeto em Itaporanga, entre em contato pelo telefone: (83) 99912-0751.

Créditos: Diário do Sertão

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