A pequena Itzmara nasceu com uma condição muito rara conhecida como “feto no feto”. Acredita-se que ocorra em cerca de um em cada 500 mil nascimentos. Nos últimos anos, nascimentos semelhantes ocorreram na Índia, na Indonésia e em Cingapura. Mas o último caso foi ainda mais incomum, pois os médicos identificaram claramente o feto dentro do bebê ainda durante a gravidez, explicou o obstetra Miguel Parra-Saavedra, especialista em gravidez de alto risco em Baranquilla, Colômbia, que supervisionou o nascimento. Ele viu a gestante, Monica Vega, 33, pela primeira vez quando ela estava na 35ª semana de gravidez, cinco semanas antes do parto.saiba mais
O obstetra anterior acreditava que o bebê tinha um cisto no fígado. Mas, usando um Doppler colorido e imagens de ultrassom 3D/4D, Parra-Saavedra foi capaz de ver que o espaço cheio de fluido, na verdade, continha um bebê minúsculo, sustentado por um cordão umbilical separado que extraia sangue, e conectado ao intestino do gêmeo maior. “Eu contei para a mãe e ela disse: ‘O quê? Não, doutor, isso é impossível’ Mas eu expliquei passo a passo, e ela entendeu”, disse ele, em entrevista ao The New York Times.
Em 22 de fevereiro, com 37 semanas, Itzmara já pesava cerca de três quilos e os médicos decidiram fazer o parto cesariana, pois temiam que a gêmea interna esmagasse seus órgãos abdominais. No dia seguinte ao nascimento, eles removeram o gêmeo fetal por cirurgia laparoscópica. O feto tinha cerca de cinco centímetros de comprimento, cabeça e membros rudimentares, mas não tinha cérebro e coração, conta o médico. Segundo ele, às vezes, esses fetos são diagnosticados erroneamente como teratoma, um tumor que pode conter ossos, tecido muscular e cabelo. Uma comparação de DNA está sendo feita, mas o especialista disse não ter dúvidas de que os dois bebês eram gêmeos idênticos do mesmo óvulo. Itzamara está bem. “Ela tem uma pequena cicatriz em seu abdômen, mas é um bebê normal agora, exceto que o mundo inteiro está falando sobre ela”, finalizou o obstetra.
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